Quem é você?




"Você precisa permitir que a natureza de líder que foi colocada por Deus em você seja manifesta pelo poder de Deus. Essa liderança, porém, não pode ser exercida de qualquer forma, ela precisa estar assentada sobre fundamentos"


O propósito de Deus na criação do homem foi que este tivesse domínio sobre a Terra, para governar em seu meio ambiente (Gn 1.28). O homem foi criado para ser um líder. O destino do homem é a liderança. Uma vez que Deus criou o homem para liderar, Ele também deu ao homem as capacidades e habilidades necessárias para isso. Precisamos, portanto, mudar o conceito de que nem todos podem liderar. Todo ser humano foi criado para ser um líder.

A palavra “domínio” significa autoridade, controle, governo, poder e senhorio. Essa ordem para dominar referese especificamente ao domínio sobre a natureza e não sobre outros seres humanos.

A ordem para dominar, governar e liderar foi dada a toda espécie humana, isso coloca todos os seres humanos na posição de liderança. Logo, isso significa que podemos ter uma igreja de líderes. Precisamos então mudar nossa mentalidade. O verdadeiro espírito de liderança é questão de mentalidade e não de técnicas ou métodos.

Certa vez um filhote de lobo abandonado foi encontrado por um homem. Esse homem o colocou para ser criado por uma cadela. Ele foi criado como um cão, mas algo estranho acontecia com ele. O uivo dos lobos à distância o fascinava e ele se sentia irresistivelmente atraído pela floresta. Os apelos da matilha eram enormes, mas como ele poderia trocar a vida segura com comida e proteção pela insegurança da floresta? Por fim, o clamor da sua natureza foi maior.

Um lobo criado como um cão pode até parecer um animal doméstico, mas sempre terá dentro de si um clamor pela selva. Tendo sido criado para governar e liderar, o homem sempre terá esse clamor dentro de si. O que impede de atender a esse chamado é a comodidade da sujeição e o medo de correr os riscos de um verdadeiro líder.

Você precisa permitir que a natureza de líder que foi colocada por Deus em você seja manifesta pelo poder de Deus. Essa liderança, porém, não pode ser exercida de qualquer forma, ela precisa estar assentada sobre fundamentos.

1.A imagem gera o domínio

O domínio, descrito em Gênesis capítulo 1, está intimamente associado à imagem. Na verdade, não podemos separar domínio de imagem. Tudo é determinado por aquilo com o que você se parece: se com escorpião, serpente, cordeiro ou filho de Deus. Depois de criá-lo à sua imagem, Deus deu ao homem a ordem para
exercer o domínio.

No futuro, quando a Igreja tiver a imagem, ela exercerá o domínio. Apocalipse nos diz que a aparência de Deus é como a pedra de Jaspe (Ap 4.3). João diz que a aparência de Deus é como o jaspe e no final a Nova Jerusalém também tem a aparência de Jaspe (Ap 21.11-18). A imagem é a expressão. Quanto mais expressarmos a Deus, mais exerceremos domínio e liderança. A imagem é a expressão do autor e somente o autor nos autoriza a exercemos a autoridade de líderes.

A obra do Espírito hoje é nos transformar para expressarmos a Deus. Esta Palavra transformação ocorre três vezes na Bíblia: na Carta aos Romanos, 12.2, na Segunda Carta aos Coríntios, 3.18 e em Mateus 17. Em Mateus, todavia, é traduzida por transfigurar, mas a palavra em grego é a mesma,“metamorphos”.

A primeira forma como somos transformados é pela renovação e mudança da nossa mente (Rm 12.2). A segunda forma como somos transformados é pelo contemplar ao Senhor. Quando o fazemos, somos transformados de glória em glória na própria imagem do Senhor (2Co 3.18). Em Mateus, 16.28, Jesus disse que alguns veriam a manifestação do reino (domínio). E qual foi a manifestação do reino (domínio)? A transfiguração que ocorreu seis dias depois (Mt 17.1). Somente quando somos transformados ou transfigurados, expressamos a autoridade do reino genuinamente.

2. O sacerdócio introduz a realeza

Imagem nos fala de sacerdócio e domínio nos fala de realeza. O Novo Testamento nos mostra que Deus nos fez reis e sacerdotes (Ap 5.10 e 1Pe 2.9). Vejamos então que o sacerdócio introduz a realeza. No Velho Testamento havia dois ministérios básicos: o sacerdócio e a realeza. A principal função do sacerdote era levar as pessoas a Deus. A realeza, por sua vez, tem a função de representar Deus diante dos homens.

O primeiro ministério foi o sacerdócio. No Velho Testamento, o sacerdócio introduziu a realeza, como vemos com Samuel, o sacerdote, constituindo a Davi como o rei. No Novo Testamento, o sacerdote João Batista, da tribo de Levi, introduziu o rei Jesus, da tribo de Judá. Hoje, se formos genuínos sacerdotes seremos também introduzidos na realeza. Primeiro somos sacerdotes ministrando diante de Deus e, então, nos tornamos reis manifestando a autoridade do reino sobre a Terra. Davi foi ungido rei, mas, em duas ocasiões, ele ministrou como sacerdote. Na primeira, ele comeu dos pães da proposição, o que só era lícito ao sacerdote comer, mas não morreu diante de Deus (1Sm 21.6). Em uma segunda ocasião, ele tomou sobre si a estola sacerdotal para receber a direção de Deus (1Sm 30.7-8). Ele não era levita, mas certamente era sacerdote de uma ordem superior.

Alguém poderia questionar: “Se somos todos líderes, quem serão os liderados?” Quero apenas que você se lembre que o Senhor é chamado de “Rei dos reis” e não
“rei dos escravos”. Ele é Rei dos reis porque seus súditos são reis também.

3.O domínio pelo serviço

Em Mateus, 20.20-28, lemos que Tiago e João pediram ao Senhor que, na vinda do reino, um pudesse se sentar à sua direita e o outro à sua esquerda. É interessante que o Senhor não os repreendeu por desejarem dominar como fazem os reis dos povos. Ele até disse: “[...] se alguém desejar ser grande...” (MT 20.26). Isso nos mostra que o desejo de domínio existe em nós porque fomos criados para isso.

Na verdade, não é errado desejar a grandeza. Todavia, o Senhor mostrou a forma como podemos dominar: pelo serviço. Isso não significa que teremos que fazer tarefas nas quais não enxergamos propósito nenhum. O próprio Senhor Jesus se colocou como exemplo de alguém que estava servindo e mostrou aos discípulos como Ele estava servindo para que eles fizessem como Ele, “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (MT 20.28). Jesus servia cumprindo o propósito de Deus para si. Ele veio para dar a sua vida em resgate por muitos. Ao fazer isso, Jesus estava servindo e exercendo domínio.

Portanto, o verdadeiro espírito da liderança é servir aos outros por meio do cumprimento do propósito para o qual fomos chamados. Todo verdadeiro líder é um servo glorificado. O caminho para a liderança é o desempenho do serviço. Não é, portanto, uma questão de servir limpando o chão ou a latrina para mostrar humildade, mas de servir cumprindo o chamado de Deus.

4.O poder para dominar

Para Adão dominar, ele precisava da imagem, mas também precisava de um segundo elemento: comer da árvore da vida. Somente depois de comer da árvore da vida, ele estaria definitivamente habilitado para dominar como se fosse deus sobre a terra.

Comer da árvore da vida nada mais é que receber a vida e a energia de Deus dentro de si. Sem a energia do Espírito, somos completamente incapazes de cumprir o propósito de Deus. Sem a energia do Espírito, todo o nosso potencial fica adormecido. A última promessa do Senhor aos discípulos não foi o céu, mas poder (At 1.8).

Esse poder é a capacitação para impactar, mudar e controlar as circunstâncias. Quando recebemos o poder somos transformados em leões. Pastor Miles Munroe: “Um exército de ovelhas liderado por um leão sempre vencerá um exército de leões liderado por uma ovelha”. Davi tinha o rebanho de rejeitados, mas – como era um leão – os transformou em matadores de gigantes.



Fonte: Jornal Atos Hoje

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